VPD Orlando - Vai Pra Disney
Viagem do Leitor

Viagem com 3 crianças pequenas, por Marcio

O Viagem do Leitor de hoje traz o relato do Marcio, um leitor super engajado e que já compartilhou com a gente uma de suas viagens pra Orlando (se quiser ler, clique aqui). Dessa vez, a viagem foi em família e, além dele e da esposa, também foram seus 3 filhos pequenos. Ele contou com detalhes todas as etapas do planejamento da viagem, como foi o dia a dia nos parques, além de dividir suas dicas e experiências pra driblar o cansaço das crianças.

Ah, um aviso importante: ao longo do relato, o Marcio cita o Genie+ algumas vezes, isso porque na época da viagem esse ainda era o sistema de filas rápidas utilizado pela Disney. Atualmente, o Genie+ passou a ser chamado de Lightning Lane Multi Pass e é possível fazer os agendamentos com antecedência como já contamos por aqui.

Obrigado por compartilhar sua viagem com a gente, Marcio! Boa leitura para todos 😉

Viagem com 3 crianças pequenas

Por Marcio Antonio Campos

Entre os meses de abril e maio de 2024, levamos nossos três filhos – Benício de 7 anos; Catarina, de 5; e Eduardo, de 3 – para viver aquilo que a Cristina, minha esposa, e eu já tínhamos vivido sozinhos em 2015. Sabem o “que coragem!” que muita gente diz pra pais com três crianças? Então, ouvimos bastante quando contávamos que estávamos levando os filhos para Orlando. Mas não é questão de coragem, não. Claro que ir à Disney com crianças tem suas particularidades, mas não é nenhuma odisseia, como descobrimos nesses dias.

Não era pra ser Orlando, mas planos mudam – ainda bem!

Em 2018 fomos ao Caribe com o Benício, quando ele só tinha 1 ano e 8 meses e era filho único. No ano seguinte nasceu a Catarina, e entrei em um desses clubes de milhas pensando em acumular para voltar a algum resort all-inclusive com as crianças – o plano inicial era Riviera Maya. Mas aí vieram a pandemia e o Eduardo, que nasceu em 2020. Em 2021 um amigo que mora na região de Orlando mandou uma foto da casa que ia construir, com uma indireta: “tem dois quartos sobrando”. E começamos a pensar, por que não? Planejando, com tempo para juntar dinheiro, nos propusemos a ir em 2024. O Eduardo e a Catarina ainda estariam naquela idade da fantasia, e o Benício já teria tamanho para ir em várias atrações. Ele estaria no segundo ano, em que o impacto de perder duas semanas de aula (já que sempre tivemos o hábito de viajar em baixa temporada) ainda seria tolerável, algo que ficaria cada vez mais difícil nos anos seguintes. E assim mudamos nossos planos. Agora, fast-forward para 2023.

Passagem aérea: a vigilância compensou

Em meados de 2023, quando abriu a janela para resgatar passagens no fim de abril/começo de maio de 2024, eu já tinha acumulado uma quantidade razoável de pontos na Latam. Antes disso, chegou a ter promoções de 28,5 mil pontos/pessoa/trecho para voos que ocorreriam em até três meses depois da compra, o que não era o nosso caso, mas me dava uma ideia de quanto a Latam estava disposta a pedir numa promoção. Assim que abriu a venda de passagens para o período que tínhamos em mente, olhava o site algumas vezes por dia, e as passagens giravam ali em torno dos 70 mil pontos/pessoa/trecho, até que no meio de junho de 2023 apareceu uma tarifa que consideramos aceitável: 40 mil pontos/pessoa/trecho. No total, foram 401 mil pontos, com taxas de embarque, marcação de assentos e bagagem despachada pagas à parte (e essa facada não foi pouca).

No intervalo entre a compra e a viagem, a Latam mudou nossos horários mais de uma vez. No plano original chegaríamos a Orlando lá por 22 horas de 20 de abril, depois passou para 18h, e no fim para 20h. A volta também foi adiantada, deveria sair de Orlando à meia-noite do dia 4 para 5 de maio, mas passou a decolar às 20h do dia 4, e por fim embarcamos às 22h. Programei os voos domésticos para termos um bom tempo de conexão em Guarulhos, pois não sabíamos como seria transitar pelo aeroporto com três crianças pequenas. No fim, deu tudo certo e sobrou tempo tanto na ida quanto na volta.

Tivemos um problema com o voo da volta: eu havia comprado assentos de modo que tivéssemos duas janelas, dois meios e um corredor: num 787, isso quer dizer J-K-L numa fileira e K-L na fileira de trás. Numa das remarcações de horário, a Latam mudou os assentos e ficamos todos na mesma fileira, agora com F-H-J-K-L (“meio dos meios”-corredor-corredor-meio-janela). Ou seja, não recebi aquilo pelo qual tinha pago. Procurei a Latam antes do voo, e me aconselharam deixar assim e reclamar depois da viagem, para que não corresse o risco de ter toda a minha seleção de assentos anulada. Na semana seguinte à volta, entrei em contato com a empresa e ainda espero resposta.

Sobre os voos propriamente ditos, não temos nada de notável para comentar.

Hotel: Rosen Inn cumpriu a missão

Vocês leram lá no começo que foi o convite de um amigo que nos fez considerar uma viagem para Orlando com a família, mas sabemos que cinco pessoas mudam demais a rotina de uma casa, e decidimos poupar nosso amigo e a família dele do caos que seria a nossa presença lá por duas semanas. Pesquisando no VPD, ficamos entre três possibilidades, todas na região de Lake Buena Vista: o Blue Heron, o Holiday Inn e o Rosen Inn. Em termos de espaço, o Blue Heron era imbatível, mas no fim o orçamento falou mais alto e ficamos com o Rosen Inn, até porque as outras duas opções ainda custariam bem mais que os sites de hospedagem diziam, por causa das fees que o Rosen Inn não tem. Se a diferença de preço considerando essas taxas adicionais não fosse tão brutal, provavelmente teríamos ficado no Blue Heron. O pessoal do VPD foi ágil e solícito para fazer nossa reserva no Rosen Inn.

Ficamos em um quarto no 5.º andar. É o quarto padrão de hotel americano, com duas camas de casal, que para nós acabou pequeno, mas apenas porque éramos cinco e com muitas malas – o guarda-roupa e as gavetas foram muito úteis nessa hora. Mesmo assim, como hotel em Orlando é só pra dormir e tomar banho, o Rosen Inn cumpriu a missão. É muito bem localizado para ir aos parques tanto da Disney quanto da Universal. A recepção tem funcionários brasileiros, o hotel cobra para receber pacotes de encomendas, mas não para guardar malas entre o check-out e a hora de ir para o aeroporto. As crianças aproveitaram um pouco o parquinho e a piscina. Acabamos usando até a lavanderia self-service do hotel. No começo pensávamos em usar o outro serviço, de deixar roupa para lavar e receber tudo passadinho à noite, mas eles cobram por peça e não era pouco. Não compramos o café da manhã, preferimos comprar coisas no mercadinho do hotel ou num Walgreens que tem ali perto, mas jantamos uma noite no restaurante do hotel e as crianças até conseguiram matar a saudade do arroz branco. 

Carro: cadê a alavanca de marcha?

Alugamos uma minivan na Avis – achamos locadoras com preços mais em conta, às vezes preços muito mais em conta, mas não sentimos firmeza. Chegando a Orlando, foi tudo super-rápido no balcão da Avis, paguei o adicional pelas cadeirinhas/boosters (que não tive como incluir no momento da reserva), e fomos à garagem pegar nosso Chrysler Pacifica. É um bom carro, espaçoso e confortável. De início achei que teria um porta-malas maior, mas no fim descobri que apenas rebatendo parte do banco de trás havia espaço para três malas grandes e cinco malas de bordo. O mais curioso foi a falta da alavanca de câmbio – a marcha automática funciona num botão no painel, parecido com um botão de volume ou ar-condicionado e o freio de mão também é um botão. Mas a gente se acostuma rápido. O processo de devolução do carro no aeroporto foi bastante tranquilo: a área de devolução é bastante sinalizada, você estaciona, pega suas malas, deixa a chave com um funcionário e vai embora.

Parques

Nosso plano inicial previa sequências de dois dias de parque e um de folga (que poderia ser ficar no hotel, ir ao Disney Springs ou alguma outra coisa), e sempre evitando os parques nos fins de semana, com exceção de um período com três dias seguidos de parque que incluía um sábado. O primeiro dia inteiro em Orlando seria gasto no Disney Springs, para comprarmos Magic Bands para as crianças (as nossas de 2015 ainda funcionam) e resolver outras burocracias. Começaríamos os parques com os dois da Universal, depois folga; Magic Kingdom, Hollywood Studios e Kennedy Space Center, depois folga; Animal Kingdom e Epcot, depois folga. E, por fim, repetiríamos HS e MK. No entanto, a parte dos parques da Disney precisou mudar por causa de circunstâncias pessoais e agendamentos de restaurantes e experiências, já que nem tudo estava disponível para os dias que prevíamos. A programação acabou assim:

  • 20/4 (sab, dia “zero”) – chegada a Orlando
  • 21/4 (dom, dia 1) – Missa, Disney Springs, shopping
  • 22/4 (seg, dia 2) – Universal Studios
  • 23/4 (ter, dia 3) – Islands of Adventure
  • 24/4 (qua, dia 4) – folga
  • 25/4 (qui, dia 5) – Hollywood Studios
  • 26/4 (sex, dia 6) – Animal Kingdom
  • 27/4 (sab, dia 7) – Kennedy Space Center
  • 28/4 (dom, dia 8) – Missa e folga
  • 29/4 (seg, dia 9) – Magic Kingdom
  • 30/4 (ter, dia 10) – folga
  • 1/5 (qua, dia 11) – Epcot
  • 2/5 (qui, dia 12) – Hollywood Studios
  • 3/5 (sex, dia 13) – Magic Kingdom
  • 4/5 (sab, dia 14) – retorno ao Brasil

Com crianças pequenas que sabem só algumas poucas palavras em inglês, adotamos algumas regras gerais: primeiro, ignorar totalmente atrações que, mesmo sendo bacanas, exigiam muito conhecimento de inglês para serem bem aproveitadas (como a do Crush no Epcot, o Monsters Laugh Floor, ou o Jungle Cruise) ou cujo tema não teria assim tanto apelo com as crianças (como as do Jimmy Fallon ou do Bourne na Universal). Segundo, desconsiderar atrações a que elas não pudessem ir por causa de altura – sei que tem Child Swap/Rider Switch, mas a prioridade eram as crianças, não os adultos. Isso já facilitou um pouco os planos porque não precisávamos nos estressar, por exemplo, tentando a fila virtual da Tron. Também por causa dessas restrições, foi muito frequente que eu fosse a uma atração com quem tinha altura suficiente, enquanto a Cristina ia com o menor (ou com os dois menores) a outro brinquedo, ou vice-versa, e assim todo mundo conseguia se divertir sem precisar ficar esperando os outros.

Dias 2 e 3 – Universal Studios e Islands of Adventure

Coloco os dois parques juntos porque no segundo dia ficamos só pela manhã e começo da tarde no Islands, já que as crianças tinham curtido tanto as atrações do Universal que quiseram voltar e repetir algumas. Elas simplesmente amaram os simuladores dos dois parques – acho que fomos ao Simpsons Ride e ao Homem-Aranha pelo menos três vezes, mas também repetimos o ET, os Transformers e o Minion Mayhem (que tem uma diferença muito bacana: as crianças menores podem entrar e ficar com um dos pais em um assento que não se mexe, na primeira fila; nenhuma outra atração a que fomos tinha esse recurso). O Eduardo, que não passou no limite de 1,02m, não teve como ir aos simuladores (tirando o dos Minions), mas adorou a área do Dr. Seuss no Islands. Lamentamos muito que o Benício tivesse ficado milímetros abaixo de 1,22m, o que o impediu de ir ao Revenge of the Mummy – ele é fã do filme e até já o escolheu como tema para uma festa de aniversário.

Nenhum dos três aqui em casa tinha visto filme nenhum do Harry Potter antes da viagem. Além disso, por causa da altura, eles não teriam como ir à maioria das atrações (com exceção do Flight of the Hippogriff, mas ninguém deu bola pra ele), o que também nos economizou tempo. Mesmo assim, fomos ao Beco Diagonal e a Hogsmeade para eles verem a ambientação. O Benício podia ir ao Escape from Gringotts, e ficamos monitorando os tempos de fila até ficar aceitável, ele gostou bastante. Almoçamos um dia no Caldeirão Furado, já que todos aqui adoram peixe e batata frita (no outro dia comemos hambúrguer no restaurante do Capitão América no Islands). Acabou que, mesmo sem conhecer nada da história, todos quiseram uma varinha e passaram um tempo treinando os feitiços nos locais marcados no mapa.

Os dois maiores ainda saíram do parque com uma capa de aluno de Hogwarts (o Eduardo só não ganhou uma porque o menor tamanho ainda era grande demais para ele; acabamos comprando uma aqui no Brasil). A Catarina achou um unicórnio e o Eduardo levou uma pelúcia de animago do Sirius Black sem nem saber o que era, só viu o cachorro preto grande e gostou. Depois da viagem, eles já viram alguns dos filmes, especialmente o terceiro, que o Eduardo sempre escolhe por causa do cachorro, claro. 

A única exceção à regra do “passeio é para as crianças” aconteceu no Universal: num momento de descanso das crianças, peguei a fila do single rider na Rockit e não precisei esperar nem um minuto para estar no carrinho, ou seja, ninguém perdeu tempo de parque por minha causa.

Dias 5 e 12 – Hollywood Studios

O Hollywood Studios foi o primeiro parque da Disney que as crianças conheceram. No primeiro dia, tentamos ir ao maior número possível de atrações, e conseguimos praticamente tudo, com uma ou outra exceção como a Rise of the Resistance e algumas coisas que não achamos interessantes. Ficamos encantadíssimos com a Runway Railway, que não existia em 2015 e foi a primeira atração que fomos assim que o parque abriu: é suave, bonita e divertida. O Slinky Dog Dash foi o primeiro agendamento do Genie+ em ambos os dias – no primeiro, mesmo atualizando o aplicativo no momento exato em que o relógio virou de 6h59 para 7h, o agendamento ficou só para o fim da tarde! Mas valeu a pena: é uma montanha russa muito bacana. O Eduardo podia ir, mas acho que foi intenso demais pra ele, tanto que ele não quis repetir no segundo dia. A Catarina, aventureira, encarou o Star Tours (se não me engano foram duas ou três vezes) e até a Tower of Terror.

Os pequenos foram com minha esposa ao show da Bela enquanto eu estava com o Benício em outra área do parque. O Toy Story Mania continua sendo meu brinquedo de atirar preferido em todos os parques, porque é o único em que você consegue realmente ver onde está atirando. Jantamos no Roundup Rodeo e foi uma experiência muito legal: as crianças adoraram o lance de ir cavalgando até a mesa e todos fizeram direitinho a brincadeira de estátua quando avisavam que o Andy estava chegando. Como temos três carnívoros em casa, a comida também foi bem recebida (o fato de terem servido salmão além das carnes habituais também ajudou).

O segundo dia de HS foi mais sossegado: fomos atrás de interação com personagens (Olaf, Mickey e Minnie, Woody e Jessie), vimos o show do Indiana Jones (o Benício é fã, mas gosta mais da Última Cruzada), repetimos as atrações de que mais gostamos (Slinky, Torre of Terror, Star Tours, Runway Railway), e sobrou tempo até para encararmos a fila normal do Rise of the Resistance – tenho a impressão de que os 60 minutos anunciados não passaram de 30. Almoçamos no Sci-Fi Dine In como parte do pacote para o Fantasmic, e as crianças se divertiram demais comendo dentro de um carro e vendo filmes antigos na telona. Aliás, por mais que o Epcot tenha melhorado muito os seus fogos, e o Happily Ever After seja lindo, continuo achando que o Fantasmic é o mais inovador dos “shows de encerramento de dia” da Disney.

O Galaxy’s Edge é realmente incrível, e tivemos muita interação com personagens por lá (um general da Primeira Ordem me pediu ajuda pra limpar a barra dele com o Kylo Ren, e ainda encontramos a Rey e o Chewbacca andando pela área). E Rise of the Resistance é mesmo muito bacana (achei ótima a ideia de combinar vários tipos diferentes de experiência numa atração só), mas nosso favorito foi Smuggler’s Run. Fomos uma vez em cada dia de HS, alternando papéis (eu fui piloto no primeiro dia, engenheiro no segundo). No segundo dia nos demos muito melhor, até porque tínhamos dado uma pesquisada na internet sobre como pilotar a nave e o que cada um precisava fazer, coisa que não tínhamos feito antes. Se as filas sem o Genie+ não fossem tão longas, teríamos ido mais vezes, com toda a certeza!

Também fomos ao Droid Depot, o Benício e a Catarina fizeram seus droides, um R2 e um BB-8 (o Eduardo não quis, mesmo depois de ver os droides dos irmãos). O processo é bem como está escrito no texto do VPD, os funcionários foram bem solícitos e não nos apressaram enquanto escolhíamos as peças. Só achei que a variedade de cores podia ser maior. Não havia peças verdes, amarelas ou laranjas, por exemplo, só vi branco, azul, vermelho, preto, prateado e roxo, e mesmo assim já havia coisa faltando no fim da tarde (corpo azul de R2, por exemplo). Claro que acrescentamos chips de personalidade, e eles realmente mudam os sons que os droides fazem – dá para ouvir cada chip na loja antes de comprar. Do lado de fora do Droid Depot tem uma área em que você pode “praticar” os movimentos do droide, e um cast member fica lá, sempre de olho caso algo não esteja saindo bem. Um detalhe sobre o BB-8: ele é muito bonito, mas é mais trabalhoso de cuidar. O botão de liga e desliga fica dentro dele, então toda vez você precisa abri-lo para desligar e religar, o que é necessário porque, se você desliga apenas o controle e não o droide, da próxima vez que religar o controle ele não funciona.

Dia 6 – Animal Kingdom

Começamos o dia com o café no Tusker House – foi o primeiro encontro com os personagens tradicionais da Disney que as crianças tiveram. Um detalhe: eu havia marcado o café para 8h20, o primeiro horário disponível, com a informação de que o parque abriria às 9h; mas depois adiantaram a abertura do parque para às 8h. Do Tusker House fomos direto para o safári, que garantimos com o primeiro agendamento do Genie+, e valeu a pena a estratégia, pois pegamos muitos bichos acordados e o leão bem à vista, descansando no alto de uma pedra. Terminamos a manhã com o show do Rei Leão, mas demos um pequeno azar: pegamos a fila normal, enorme, embaixo do sol, para tentar um horário mais cedo, mas o teatro lotou bem quando estávamos perto de entrar. Aí peguei um Genie+ para o horário seguinte só para não ter de ficar ali esperando liberarem a entrada.

Eu não lembro se foi na saída da trilha a pé ou do River Rapids (que nem molhou tanto assim) que vimos uma tendinha dos Wilderness Explorers, com o caderninho para colecionar os adesivos. O Benício gostou tanto da ideia que passamos a procurar as atrações do parque meio em função dos adesivos que podíamos juntar. Fomos ao Dinosaur, à Expedition Everest e rodamos a Discovery Island. Mas não entramos no It’s Tough to be a Bug. Na verdade, demos uma reduzida no ritmo no fim da tarde porque o dia anterior no HS tinha sido bem puxado e o cansaço começou a bater.

Também por isso deixamos de lado a área de Pandora, pra ser honestos, não somos nem um pouco fãs de Avatar. Sei que meio mundo diz que Flight of Passage é imperdível, que é a melhor atração de todos os parques, mas só o Benício poderia ir e as filas estavam absurdamente longas, e para o Na’vi River Journey, que não tinha restrição de altura, já não havia Genie+ disponível e avaliamos que o tempo de fila normal também não valeria a pena. Vai ficar para a próxima visita.

Dia 7 – Kennedy Space Center

Nós não somos o tipo de pais que enfiam O Show da Luna goela abaixo das crianças, mas fazemos o que dá para alimentar a curiosidade delas sobre ciência e, como todos eles já tiveram projetos sobre o espaço na escola e gostaram, achamos que seria uma boa levá-los ao KSC. Nosso dia do “parque que não é parque” começou direto com o passeio de ônibus até o pavilhão das missões Apollo, com o foguete Saturno V. Assistimos aos dois “showzinhos” (a simulação de um lançamento de foguete na sala de controle, e a do pouso do Módulo Lunar na Lua), e as crianças adoraram a parte interativa que imita a superfície lunar e onde você deixa “pegadas”. Passamos um bom tempo olhando o foguete e o Módulo Lunar, e almoçamos por ali mesmo antes de pegar o ônibus de volta para a área principal do centro de visitantes.

Em 2015 não conseguimos ver os filmes do IMAX. Desta vez deu certo, mas acabamos pegando o filme sobre os projetos futuros de exploração espacial, ficou muita coisa para explicar às crianças depois que o filme terminou porque durante a exibição elas não entendiam muita coisa. Acho que teria sido mais bacana ver um filme que mostrasse imagens do espaço, mas paciência. Do lado do cinema tem o parquinho que o VPD não recomenda, mas que as crianças adoraram e exploraram bastante enquanto eu ia ao estacionamento guardar as compras no carro (sim, elas precisavam muito de uniformes de astronauta, capacete incluído, e eu daquela jaquetona com os patches das missões Apollo).

Terminamos o dia no museu da Atlantis. A Cristina e o Benício foram ao Shuttle Launch Experience, mas o que as crianças realmente amaram foi o mega escorregador. Elas ficaram tanto tempo lá, mas tanto tempo, que acabamos indo embora sem explorar muito bem o Rocket Garden, nem o Early Space Exploration, nem outras partes do KSC que o VPD coloca no “se der tempo” – o problema do KSC é que fecha cedo demais, ao menos uma horinha a mais dava para ficar aberto tranquilamente.

Uma coisa que não havia em 2015 era o tal do Astropass, uma espécie de Memory Maker rudimentar do KSC. Em alguns poucos lugares estratégicos tem uns fotógrafos (deveria ter na Atlantis, se tinha eu não achei), mas o que curtimos mais foi um mini estúdio perto do Saturno V: a família inteira vestiu roupa de astronauta e posou para várias fotos que depois eles inserem em cenários prontos (dentro de uma estação espacial, por exemplo). Só isso já valeu os 15 dólares.

Dia 11 – Epcot

Começamos o dia no Soarin, para tentar escapar da fila, já que o Genie+ das 7 da manhã tinha sido usado com o Remy’s Ratatouille Adventure, e deu certo – enquanto os maiores voavam com a mãe, fiquei com o Eduardo no aquário ali pertinho, olhando tubarões, golfinhos, arraias e o peixe-boi. Também gostamos muito da nova atração interativa da Moana, que ainda por cima providenciou um bom refresco naquele dia de calorão.

Acabamos pulando um punhado de atrações daquela metade “não World Showcase” do parque: Test Track, Living with the Land, The Seas with Nemo and Friends, Mission Space, não fomos a nada disso, mas entramos na Spaceship Earth, o que não tínhamos feito em 2015 (muito bacana!), e claro que eu e o Benício fomos à Cosmic Rewind, que é simplesmente sensacional! Às 7 da manhã estava pronto para dar o “atualizar” no aplicativo e entrar na fila virtual, e nosso grupo foi chamado até que cedo, por volta de 12h30. A fila da atração já é muito bacana, mas a montanha-russa… que experiência louca!

Os pavilhões dos países são a minha parte preferida do Epcot, que é mesmo mais um parque para desfrutar visualmente que para curtir atrações. Mesmo assim, fomos a quase tudo que havia no World Showcase: o passeio de barco dos Tres Caballeros, o Frozen Ever After (encaramos fila normal mesmo), as fotos com Elsa e Anna, e claro, o Remy’s Ratatouille Adventure, que achamos adorável! Só pulamos os filminhos dos países e o pavilhão do Marrocos, que estava em reforma. Deu até para aproveitar um pouco da comida típica: a Cristina achou uma barraquinha na parte do Canadá que vendia um prato com vieiras delicioso e barato, e na Alemanha repetimos a refrescante cerveja Schöfferhofer (que já tínhamos descoberto em 2015 e desta vez encontramos em outros lugares da Disney).

Falando em comida típica, jantamos no Akershus e olha, a culinária norueguesa ganhou um fã. Os queijos da entrada eram incríveis, aquela manteiga de canela dá para comer pura, e as carnes… especialmente as Kjøttkaker. E o que são as almôndegas norueguesas? Estavam deliciosas, eu até pediria mais se não estivesse totalmente satisfeito (um pouco por ter de comer o que seria a parte das crianças, mas que elas não quiseram). As princesas que encontramos foram Bela, Aurora, Tiana, Branca de Neve e Ariel – só duas “repetidas” em relação ao jantar no Cinderella’s Royal Table dois dias antes (logo chego lá), o que foi ótimo para nosso livro de autógrafos. Aliás, se não me engano foi só nessa viagem que encontramos a Bela, em 2015 não tivemos essa oportunidade. Como marcamos o jantar para 19h, deu tempo de comer com calma e ainda pegar um lugar razoável pra ver os fogos que encerraram o dia. O Luminous é realmente melhor que o IllumiNations, mas ainda fica em terceiro lugar contando todos os parques.

Dias 9 e 13 – Magic Kingdom

Como vocês viram, a ideia inicial era ir ao “parque do castelo” no primeiro e no último dia de Disney, mas tivemos de mudar os planos por causa de agendamentos. Com isso, o MK acabou sendo o terceiro parque da Disney que visitamos. Apesar de ser o parque que exige mais tempo do momento de estacionar o carro até a entrada, as crianças colaboraram e conseguimos sair do hotel a tempo de pegar o showzinho de abertura do dia na frente do castelo e disparar pra Seven Dwarfs Mine Train assim que os cast members liberaram a passagem. Como resultado não pegamos mais de meia hora de fila. Curioso como na nossa memória ela parecia bem mais suave, ali na hora achamos que ela não ficava devendo muito a do Slinky. Passamos o resto da manhã vendo outras atrações da Fantasyland mais próximas do castelo, como o carrossel e o PhilharMagic (que todos adoraram a ponto de termos voltado lá várias outras vezes), e depois fomos à Frontierland usar o agendamento da Big Thunder. Dali terminamos a manhã na Liberty Square, aproveitando o Genie+ na Haunted Mansion, que até o Eduardo achou engraçada. Ainda conseguimos pegar fila normal e pequena para o Piratas do Caribe.

Como também tinha agendamento para a Space Mountain, o começo da tarde foi na Tomorrowland, e aproveitamos para ir ao Space Ranger Spin, mas logo voltamos para a Fantasyland. Ali encontramos o Peter Pan totalmente por acaso (a Catarina estava dormindo no carrinho, e ele ficou um tempão falando com ela sobre sonhar e ser criança, foi muito bacana), e ainda tiramos foto com a Drizella e a Anastácia. Na verdade, estávamos só gastando tempo até o motivo pelo qual a primeira ida ao MK tinha ficado para o meio da viagem: o dia de princesa da Catarina na Bibbidi Bobbidi Boutique.

A Cristina acompanhou a Catarina lá dentro. A julgar pelo horário das fotos, o processo todo levou uma hora e meia, e valeu cada minuto: ela ficou muito linda de Rapunzel, com direito ao pacote de vestido e acessórios (tudo já devidamente previsto no orçamento do dia) – ainda levamos mais vestidos para casa. No fim da transformação, a levamos a um estúdio que fica dentro da loja Sir Mickey’s para um ensaio, e depois disso ainda aproveitamos bastante os fotógrafos do parque. Só com a Catarina devidamente caracterizada fomos encontrar mais princesas para foto – não sei se foi sorte nossa ou se tem sido assim todo dia, mas a Rapunzel estava no Princess Fairytale Hall junto com a Tiana, então foi perfeito!

Depois disso, fomos passando pelas atrações que estavam disponíveis e tinham pouca fila, como o Journey of the Little Mermaid e o Dumbo. Basicamente era gastar mais tempo até chegar a hora de jantar no Cinderella’s Royal Table. Além da Cinderela na entrada, naquela noite tivemos Ariel (que a Catarina também adora), Jasmine, Aurora e Merida – eu estava lamentando que ela tivesse sido substituída pela Mirabel no Fairytale Garden, porque tinha sido um dos encontros mais divertidos da nossa viagem de 2015. Dessa vez ela também não me desapontou: na hora de tirar a foto, quando fui dar o braço para ela segurar como eu havia feito com as outras princesas, ela me olhou com uma cara de “deixa de frescura” e colocou minha mão nas costas dela.

Minha amiga Kamila, que já foi cast member, diz que a comida do Be Our Guest é melhor, e ela tem razão mesmo, mas o Cinderella’s Royal Table não decepciona. Eu fui de camarão na entrada e peixe de prato principal, a Cristina escolheu o filé. As sobremesas também estavam muito boas, especialmente pra mim, que adoro misturar chocolate com café. E, de brinde, os meninos ganharam espadinhas (inclusive o menino grande) e as meninas ganharam uma varinha (inclusive a menina grande). Acabamos saindo muito tarde do parque. Primeiro, porque entramos tarde no restaurante (21h30), e segundo porque bem na hora que terminamos de comer começou o segundo show de fogos da noite, e toda a área do castelo fica isolada até uns 15 minutos depois de o show terminar, porque fazem toda a limpeza dos arredores. Esse foi um dos motivos para anteciparmos o dia de folga.

O primeiro dia de MK tinha sido bastante longo e cansativo, mas por outro lado havíamos feito muita coisa. Por isso, o segundo dia foi bem mais sossegado: serviu para ir às poucas atrações que nos interessavam e que não tínhamos curtido ainda (como o Peter Pan Flight, que foi o agendamento das 7h), usar o Genie+ para repetir outras atrações bacanas – Space Mountain, Piratas do Caribe, muito PhilharMagic, carrossel –, e comer sorvete na pia do Mickey. Só não tivemos como repetir a Seven Dwarfs Mine Train porque as filas estavam sempre muito grandes, e acabamos pulando o encontro com personagens no Pete’s Silly Sideshow pelo mesmo motivo. A Big Thunder ficou fechada a maior parte do dia, então também não fomos. Mas tivemos tempo para as crianças se divertirem no Magic Carpets e até as levamos ao It’s a Small World.

O dia também serviu para termos as últimas experiências especiais da viagem. A primeira delas foi o almoço no Be Our Guest, para alegria das crianças que no primeiro dia de MK disseram que queriam muito entrar no castelo da Fera e não puderam fazer isso. Enquanto estávamos lá, a Fera apareceu duas vezes, e inclusive deu um tchauzinho para as nossas crianças. A comida estava ótima: pegamos sopa de cebola e tartare de atum na entrada, truta amandine e filé de prato principal. As crianças ficaram especialmente loucas com a sobremesa delas: uma xícara de chocolate branco que elas podiam pintar com uma tintura – “tudo no prato é comestível, menos o pincel”, nos avisou o nosso simpaticíssimo garçom.

Assim como a visita de 2015 terminou com o Wishes, a viagem de 2024 terminou com o Happily Ever After. Uma hora antes do show a Main Street já estava começando a encher, então pegamos uma guia de calçada um pouco mais para trás e nos instalamos ali para esperar os fogos enquanto eu corria até a Columbia Harbor House para pegar um jantar de peixe e camarão. O fato de ser um lugar um pouco mais longe do castelo foi compensado porque podíamos ver todas as projeções nos prédios da Main Street. Falar o que dos fogos no MK? Indescritível, ainda mais como encerramento do passeio. O show terminou e fomos no contrafluxo: muita gente já saindo do parque (apesar de naquele dia ele só fechar às 23h) e nós na direção do castelo, para a última fotografia. Como em 2015, em vez de ir ao estacionamento de monotrilho, pegamos o barco para dar o adeus final ao castelo e prometer voltar um dia. 

Dias 1, 4, 8, 10 e 14 – Folgas (ou, melhor dizendo, “não parque”)

Não foram exatamente dias de descanso no sentido de relaxar e não fazer absolutamente nada, mas dias de acordar mais tarde, brincar no parquinho ou na piscina do hotel, curtir (e comprar) no Disney Springs, ir à missa (no caso dos domingos), visitar nosso amigo que “provocou” a viagem, ir rapidamente ao outlet comprar mala e tentar achar tênis para as crianças, e trocar de telefone no Florida Mall. No “dia 1”, por exemplo, que foi o primeiro contato das crianças com o ambiente Disney, almoçamos no T-Rex (dica: pegue o camarão ao coco com molho agridoce) e elas ficaram impressionadas com o lugar. No “dia 4”, jantamos no Raglan Road, que foi o primeiro restaurante que fomos na viagem de 2015 e seria sucesso garantido, já que as crianças adoram peixe e batata frita (os adultos fomos de sopa cremosa This Time It’s Chowder e filé Salmon Run). Dessa vez não ficamos perto do palco principal, mas tivemos uma apresentação de sapateado praticamente ao lado da nossa mesa.

E, como o hotel exigia check-out às 11h, mas o voo só partia às 22h, ainda conseguimos curtir o dia final da viagem em Disney Springs, com direito a comprinhas de última hora. As crianças comeram no Chicken Guy, o frango é bom e barato, mas achamos o lugar meio bagunçado e com música muito alta. A Cristina e eu tivemos um almoço despretensioso no qual eu estava de olho desde que comecei a pesquisar a viagem – afinal, é ou não é uma ótima sacada que o restaurante com sanduíches de linguiça seja de propriedade do Lobo Mau? E a comida, ainda por cima, é bem gostosa.

Viajando com crianças pequenas

Carrinho ajuda e muito

Nos dois primeiros dias de parque (Universal e Islands), as crianças até que foram bem sem necessidade do carrinho, mas a partir do terceiro dia de parque, mesmo com o descanso na véspera, o cansaço começou a bater. Alugamos no Hollywood Studios mesmo um daqueles carrinhos duplos, que era tão grande que, ajeitando bem e com um pouquinho de aperto, acomodava os três.

“Ah, mas não sai mais barato alugar com outra empresa, ou comprar no Walmart um carrinho de 15 dólares?” Tenho quase certeza de que sim, mas também ponderamos que o “carrinho de 15 dólares do Walmart” provavelmente não teria a resistência que necessitaríamos, e os carrinhos duplos de alugar são apenas para duas crianças mesmo, por causa da forma como eles são feitos. Os da Disney são largos e sem divisórias. Resolvemos que incorporaríamos aquele gasto no orçamento do dia e seguimos em frente – até porque a Disney dá desconto para aluguel por mais de um dia.

Com criança pequena e muito seletiva pra comer: avalie as refeições com personagens e/ou preço fixo por pessoa

Nossos filhos são meio complicados para comer – o que passa de arroz branco, macarrão, ovo mexido e carnes (ao menos na carne eles mandam bem e não fazem distinção: bife, porco, frango, peixe, vai tudo) eles tendem a recusar. Felizmente, na reta final da viagem, eles aprenderam a gostar de hambúrguer (mas só o pão e a carne) e a Catarina gostou de mac and cheese, o que ajudou bastante em várias situações em que o cardápio infantil tinha essas opções.

Mas, mesmo reconhecendo o esforço deles de experimentar coisas em Orlando, houve casos em que acabamos pagando refeições só mesmo pela interação com personagens ou pelo ambiente. No café do Tusker House, por exemplo, enquanto minha esposa e eu estávamos nos acabando no salmão defumado, as crianças não comeram praticamente nada. Então, se é o seu caso, veja antes os cardápios (o site da Disney tem todos em português), avalie o potencial custo-benefício e decida tendo em mente essa possibilidade.

Tenha espaço no orçamento para brinquedos e roupas…

Orlando tem muito, mas muito brinquedo bacana, impossível de achar no Brasil (ou que custaria os olhos da cara aqui). Então, reserve, sim, orçamento e espaço na mala. No Islands achamos uns dinossauros espetaculares (trouxemos um T-Rex que inclusive “engole” coisas que você coloca na boca dele!). A oferta de sabres de luz hoje é muito maior que em 2015, achamos os brinquedos de Toy Story muito bonitos e bem-feitos. Os vestidos de princesa e fantasias estão de primeira – na loja da saída do Piratas do Caribe achamos fantasias de pirata incríveis, pra menino e pra menina, e o Benício trouxe uma túnica de saber trainer que vimos numa das lojas do Galaxy’s Edge.

As fantasias de princesa vêm em várias linhas, das mais simples às mais elaboradas, mas todas muito bonitas, e não faltam acessórios, que dá para comprar na Bibbidi Bobbidi Boutique, mas também em outras lojas. Além dos acessórios da Rapunzel do dia de princesa da Catarina, ainda trouxemos uma caixa de Frozen com cetro e até aplique de cabelo da Elsa. E, falando em princesa, também achamos toda a parte das bonecas muito linda, inclusive com uma linha de princesas que vêm com mais um punhado de outros objetos, aqui tivemos de nos controlar pra não trazer um monte delas.

… mas também prepare-se para dizer não

Economizamos o suficiente para não deixar as crianças passando vontade, mas isso não queria dizer que sairíamos comprando absolutamente tudo que elas quisessem. Vale a pena fazer uns combinados – quanto menor a criança, mais vezes será preciso repetir “mas vai ser desse jeito aqui, tá?” antes de fechar o acordo – e insistir neles, mesmo enfrentando um pouco de (ou muito) choro e manha, recordando o combinado.

Por exemplo, no Animal Kingdom, o Eduardo quis uma zebra de pelúcia na saída do safari, e o combinado foi que aquela seria a única pelúcia do dia. Na saída do River Rapids, ele viu um leão (leão genérico, nem era o Simba) e quis levar. Nós dissemos que não e lembramos o combinado. Ele bateu o pé, chorou, mas acabou aceitando. Mais pro fim da viagem, quando já estávamos começando a botar as coisas nas malas, mostramos pras crianças que o espaço disponível era pouco, e o combinado passou a ser escolher coisas menores. No fim deu tudo certo.

Mas também temos que admitir que às vezes a intuição das crianças é melhor que a nossa. Na Universal, a Catarina cismou com uma coruja do Harry Potter mais cara e menor que outra coruja de pelúcia que vimos na megaloja fora do parque. Ela insistiu tanto que fomos ver melhor o que a coruja tinha de tão especial, e descobrimos que ela vinha com uma base magnética que você usava por baixo da roupa, de modo que a coruja parecia “agarrar” no seu ombro. Já no hotel, ainda vimos que ela fazia mais um bocado de outras coisas, batia a asa, respondia quando você falava com ela, enfim, era realmente show de bola (aliás, esses bichos com base magnética estão na moda em Orlando, trouxemos também um Remy, e ainda vimos do Groot e do Tuk Tuk, da Raya). Outro caso: o Benício quis uma fantasia de Homem-Aranha na loja da Marvel em Disney Springs. “Mais uma?”, pensamos, porque ele tem várias, mas o argumento era de que aquela era idêntica à roupa que o Homem-Aranha usa nos quadrinhos que ele está começando a ler. Também no hotel descobrimos que a fantasia ainda tinha um monte de outras surpresas bacanas.

Como diz o VPD, respeite o ritmo e as preferências da criança

O VPD tem um texto só com dicas para viajar com crianças pequenas, e sentimos especialmente a parte de respeitar o ritmo e as preferências das crianças. Tenha consciência de que isso pode significar não ir a alguma atração ou fazer algo mais interessante (ou que nós achamos mais interessante), mas melhor isso que deixar a criança frustrada – o que não tem nada a ver com fazer todos os caprichos da criança. Deixamos brincarem no playground do Dumbo, deixamos ficarem quase uma hora no escorregador gigante perto do ônibus espacial no Kennedy, corremos o AK atrás dos adesivos para o Benício colar no livrinho dos exploradores em vez de, sei lá, ter ido ao menos ver a área de Pandora.

Repetimos praticamente tudo o que elas quiseram repetir, quantas vezes foi possível: carrossel, PhilharMagic, Simpsons, Minion Mayhem, Transformers, Homem-Aranha, Star Tours, ET, Space Mountain, Soarin. Ao menos nossos filhos quiseram repetir coisas que os pais também curtem… Quando não podíamos repetir, explicávamos – por exemplo, uma atração em que usamos o Genie+, mas que depois estava com filas enormes. Entenderam e não reclamaram.

Também tentamos não forçar nada. Não é porque a criança tem altura para uma atração que ela tem de ir “para aproveitar o que o parque oferece”. A Catarina tinha altura pra ir à Tower of Terror, mas na primeira vez fui apenas com o Benício. No outro dia ela disse que queria ir também, e eu perguntei várias vezes se era isso mesmo que ela queria, só levei depois de ouvir várias vezes que sim. Já o Eduardo não quis ir pela segunda vez ao Slinky, e não foi. Também não queria chegar perto dos personagens “bonecões” – o único que ele quis abraçar foi o Woody. Teria abraçado o Pluto se tivéssemos encontrado com ele – nem tirar foto com as princesas, então não forçamos (mas ele fazia uma carinha adorável quando as princesas mandavam beijos ou acenavam para ele). Se um dia ele perguntar por que não aparece em todas essas fotos, vamos explicar. 

Observações aleatórias

Genie+ valeu a pena até quando não valia a pena

Sei que o VPD diz que nem sempre comprar o Genie+ vale o investimento, dependendo do parque e do dia. Mas nós compramos todos os dias e não nos arrependemos, porque estávamos com três crianças em dias de muito calor em Orlando. É verdade que em alguns dias o Genie+ nos economizou coisa de quatro horas inteiras somando todas as filas que cortamos (isso é especialmente válido no HS), mas em outros chegamos ao ponto de não saber mais o que marcar e ir agendando coisas que tinham filas normais na casa dos 15 minutos. Mesmo assim, acreditem: naquela situação, quaisquer 10 minutinhos que pudéssemos passar com as crianças longe do sol forte valiam a pena. Então, o investimento definitivamente compensou.

Um detalhe interessante é que, por causa dos agendamentos (e de não podermos escolher a hora deles como podíamos fazer no antigo FP+), o nosso caminho pelos parques ficou muito mais errático. Quase nunca dá para fazer aquilo de “percorrer o parque no sentido x ou y” porque você tem de estar na atração tal naquela janela de uma hora. Sentimos isso especialmente no Epcot, onde ficamos indo e vindo do World Showcase para a outra “metade” do parque várias vezes, em vez de, por exemplo, irmos passando pelos pavilhões dos países em sentido horário ou anti-horário até completar a volta toda do lago. 

Nunca durmam no ponto com as reservas

Como eu não fiquei em hotel da Disney, não me beneficiei da possibilidade de conseguir reservas antes que elas estivessem disponíveis aos demais turistas, então pra mim valeu a regra dos 60 dias antes da data da refeição/experiência. Meu conselho é: se você vai ficar em hotel da Disney, agarre com força a possibilidade de fazer as reservas antecipadas. Do contrário, prepare-se para passar um pouco de nervoso no planejamento da viagem e ter flexibilidade. 

As janelas de reservas ficaram mais restritas do que eram da primeira vez que fomos a Orlando, em 2015. Se vocês leram meu relato daquela viagem, lembrarão que eu consegui todas as reservas que queria, e sem muito esforço. Agora foi diferente. O que deu menos trabalho, e que nem me exigiu estar acordado muito cedo no dia em que as reservas abriam, foi o café no Tusker House, o almoço no T-Rex, e os jantares no Raglan Road e no Akershus (isso me surpreendeu, considerando que era a única alternativa parecida com o Cinderella’s Royal Table). O pacote almoço+Fantasmic já complicou um pouco mais, quando resolvi marcar, já havia poucos horários disponíveis, mas ainda assim deu certo.

O Cinderella’s Royal Table, que sempre foi nosso plano A para o dia em que a Catarina foi à Bibbidi Bobbidi Boutique, só foi reservado mais em cima da viagem, mas só consegui porque ficava olhando o site praticamente todos os dias desde que a janela de reservas abriu. Como plano B para o dia de princesa da Catarina, eu já tinha uma reserva de jantar no Be Our Guest, feita sem nenhum problema e que cancelei assim que marquei o CRT. Mas, como não queria deixar de levar as crianças ao castelo da Fera, no minuto seguinte consegui uma reserva de almoço lá para nosso segundo dia de MK. Já o jantar no Akershus acabou tendo que ser mudado de data meio em cima, cancelei a data original, e de imediato não havia vaga na nova data, mas no dia seguinte apareceu, inclusive para o mesmo horário da primeira reserva.

Quanto às experiências, o Droid Depot foi tranquilíssimo – até na véspera da visita ao parque ainda havia inúmeros horários disponíveis, e a Catarina foi sem reserva mesmo. Por outro lado, Bibbibi Bobbidi foi uma saga. A partir de 25 de fevereiro acordei toda noite antes das 2 da madrugada para ficar no F5 no site da Disney. Dia 25, nada, dia 26, nada, dia 27, nada, dia 28, nada. Dia 29, entro no site, quando liberam a data aparecem três horários perto das 18h, mas quando clico num deles diz que já não estava disponível. Sigo no F5, tudo lotado. Deixo passar uns 15 minutos e volto lá só pra ter certeza mesmo de que não deu e poder voltar a dormir, mas aí… surpresa! Três horários perto de 17h, e quando clico num deles a reserva é aceita! Nos dias seguintes até continuei pesquisando, mas aí estava bem mais tranquilo, era só mesmo para ver se aparecia algo mais cedo. Tudo sempre lotado, e depois de um tempo parei de pesquisar, já tinha conseguido o que queria. Estou convencido de que dei muita sorte naquela madrugada de dia 29.

Variedade de Magic Bands e ear hats deixou muito a desejar

A memória pode estar me traindo, mas achei a variedade de Magic Bands muito menor que em 2015. Das nossas crianças, a única que achou exatamente o que queria foi a Catarina, que levou uma da Pequena Sereia. O Benício queria do Homem-Aranha (sei que existe porque vi na loja online), mas não achou nem no Pin Traders, nem na World of Disney, nem na loja da Marvel no Disney Springs, ficou com o Capitão América. Para o Eduardo não tinha do Pluto nem de Toy Story, os favoritos dele (havia uma personalização de Toy Story na DTech, mas muito sem graça), então ele acabou escolhendo uma lisa azul-escura.

Ear hats, então, pior ainda: em toda a viagem só vi a tradicional preta, a de noivo, a de formatura, a do R2-D2 e do Homem-Aranha. Já as ear bands, aqueles arquinhos (a maioria deles com laço de Minnie), havia aos montes, com todo tipo possível e imaginável de desenho, e muitos bem bonitos. Não sei se concluíram que as meninas usam mais esses adereços e resolveram cortar de vez as opções pro público masculino (eu, ao menos, me sentiria estranho usando um arquinho daqueles, mesmo sem o laço).

A loja on-line da Disney tem coisas que você não acha nos parques nem em Disney Springs

Mencionei ali a Magic Band do Homem-Aranha. Então, antes da viagem olhamos bastante a loja on-line da Disney para meio que já ir escolhendo coisas que gostaríamos de trazer para casa. Acontece que, uma vez em Orlando, começamos a ver que as lojas do Disney Springs e dos parques não tinham certos itens que pretendíamos comprar – no nosso caso, especialmente duas camisetas e sapatos de princesa que nem na Bibbidi Bobbidi Boutique estavam disponíveis. A compra no site acabou salvando o dia.

Um detalhe sobre o padrão Disney de atendimento. Mesmo eu tendo pago a “next day delivery” para não correr o risco de o pacote chegar depois do fim da viagem, uma das camisetas simplesmente nem tinha sido enviada até o dia de irmos embora (felizmente acabei encontrando no último dia de parque e comprei para garantir). Já no Brasil, entrei em contato com o atendimento da loja por e-mail e me ressarciram não só o valor da camiseta que não foi entregue, mas também o valor do frete.

Atenção se você quer trocar de iPhone

No Florida Mall trocamos nossos iPhones 8 pelo 14, mas não atentamos para um detalhe que só fomos descobrir quando o vendedor nos informou na loja da Apple: as versões 14 em diante vendidas nos EUA não aceitam mais o SIM físico, apenas o e-SIM (parece que os 14 e 15 vendidos no Brasil ainda têm esse slot). Ele até nos ofereceu a opção de levar o 13, que ainda aceitava o chip, mas não quisemos porque preferíamos pegar a melhor versão que nosso orçamento permitia.

Um outro vendedor veio ajudar o que estava nos atendendo, e viu que a Claro (a operadora que eu uso, e cujo roaming internacional estava funcionando super bem até ali) tinha a possibilidade de transferência automática da conta para e-SIM, mas não era garantido que funcionaria todas as vezes. Óbvio que na minha vez não funcionou… como era domingo, o shopping fechava mais cedo, tivemos de sair correndo até a loja da T-Mobile ali perto para comprar um plano pré-pago de um mês e instalar nos dois celulares novos. Então, se a sua ideia é comprar iPhone novo em Orlando, fique atento à história do e-SIM e já deixe isso acertado com sua operadora.

8. Conclusão

Viajar com três crianças pequenas (uma nem tanto) é cansativo? É, mas também é recompensador. Eles viveram experiências incríveis, algumas das quais eles só poderiam usufruir totalmente nessa idade mesmo – eu lembro do Eduardo perguntando, no Roundup Rodeo, “mas o Andy não vai entrar aqui no quarto?”. Elas comeram melhor do que eu esperava e se cansaram/dormiram menos do que eu esperava.

Com crianças pequenas, tenham em mente que não há como “sugar” tudo o que cada parque tem a oferecer – um pouco por causa de regras como restrições de altura, um pouco porque com criança o ritmo é mais lento, um pouco porque elas têm preferências diferentes das suas. Você vai se flagrar lamentando por ter deixado de ir a esta ou aquela atração, pensando que podia ter aproveitado melhor uma refeição ou experiência. Mas, para as crianças, duvido que isso tenha alguma importância. Elas vão se lembrar do que viveram e do que fizeram, não do que deixaram de fazer. E, assim como em 2015, sonhamos com o dia em que estaríamos de volta, sem saber quando e como isso aconteceria, basta renovar o sonho.