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Cruzeiros

Remy Pompidou Dessert Experience: jantar de sobremesas em alto mar

Querido leitor, se você gosta de pompa e elegância, o post de hoje é pra você. Hoje irei contar aqui como foi a Pompidou Dessert Experience, que tive a bordo do Disney Fantasy, no restaurante Remy. Nela, tive a oportunidade de ter um verdadeiro “jantar” só de sobremesas preparadas por um renomado chef confeiteiro francês. Essa experiência, que é oferecida somente nos dias de mar (ou seja, em que o navio não está parado em um porto) do Disney Fantasy e do Disney Dream, tem um custo adicional ao valor do cruzeiro.

Para quem nunca ouviu falar, nos navios da Disney, além dos restaurantes comuns, que já estão incluídos no seu cruzeiro, existe a oportunidade de agendar uma refeição em um dos restaurantes digamos, especiais: o Palo, presente nos 4 navios da Disney e o Remy, que existe no Disney Dream e no Fantasy. Vale dizer que estes dois restaurantes são só para adultos.

Foto da cartinha que chegou na nossa cabine confirmando a reserva do Remy Pompidou Dessert Experience
Cartinha que chegou na nossa cabine confirmando a reserva do Remy Pompidou Dessert Experience

Por se tratar do restaurante mais fino do navio, o Remy exige um traje formal, de ao menos calça e camisa social para homens e vestido para mulheres – o que eu segui a risca já que eu já havia levado um terno completo para o noite formal do cruzeiro. Nessa experiência de sobremesas, eles ainda aceitam camisa polo para homens, mas se eu tivesse ido, teria me sentido deslocado já que quase todos os homens estavam com terno e afins. De qualquer maneira, estão terminantemente proibidos: regatas, bermudas, chinelos, jeans, ou qualquer outro tipo de traje casual.

Outro ponto importante: para essa experiência é fundamental fazer a pré-reserva online ou por telefone. O que nós não conseguimos fazer, pois não tivemos tempo por razões que você já deve saber (se você não acompanhou o diário desse cruzeiro, clique aqui) mas ao entrar no navio no dia do embarque a Re colocou o nome dela na lista de espera, e um dia antes eles ligaram para confirmar o lugar.

A Re queria muito participar dessa experiência mas viajar com um bebê de 1 ano, tem lá seus desafios. Como ela ainda amamentava a Julia nessa época e não poderia harmonizar as sobremesas com as bebidas, preferiu deixar para uma próxima. Então, eu fui no lugar dela, que ficou com a Julia brincando no Andy’s Room, do Oceaneer Lab. Faturei! 🙂

Como foi a minha Remy Pompidou Dessert Experience

Ao chegar no restaurante, me pediram para esperar um pouco no bar e logo levaram cada participante para sua mesa – obviamente eu era o único solo, pois todos estavam em casais ou em família. Mas tudo bem, escrevendo para o blog há alguns anos, Re e eu estamos mais do que acostumados a participar dessas experiências um sem o outro.

Foto do bar do restaurante Remy no navio, com cadeiras vermelhas e lustres alaranjados
Bar do Remy, enquanto esperava começar a Dessert Experience

Logo o chef executivo do Remy, o Fabrice Benezit, se aprensentou. Apesar dele não ser o chefe responsável pelas sobremesas do restaurante, ele nos explicou como seria aquela noite e nos guiou prato a prato até o final. Em seguida, foi a vez do sommelier se apresentar e contar sobre os vinhos que estariam harmonizando com cada um dos 6 pratos que iríamos degustar ali.

Foto do menu com as 6 sobremesas da noite na experiência
Menu com as 6 sobremesas da noite

O chef Fabrice também comentou que todas as sobremesas que iríamos provar ali, foram feitas para serem degustadas em todos os seus elementos, ou seja, comendo em uma garfada, todos os “pedacinhos” da sobremesa. Só assim teríamos a compreensão do que o chef confeiteiro quis passar no prato, através da junção do doce, do ácido, azedo, texturas, etc.

As sobremesas da Pompidou Dessert Experience

O cardápio da Remy Pompidou Dessert Experience era composto por 6 sobremesas, que tinham como “título” o ingrediente principal de cada uma. Claro, que os títulos eram em francês e o chef perguntava pros participantes quem sabia o que significava cada nome.

A primeira sobremesa, chamada Poire, tinha a pêra como ingrediente principal. O prato trazia uma mini-mini pêra (não sei se na foto vai dar para ter noção, mas ela era do tamanho de um dedo polegar), com dois pedacinhos de um creme firme e 3 gotinhas marrons. Na pera, também tinham umas casquinhas meio queimadas, coladas nas laterais.

Foto do primeiro prato, uma sobremesa com uma mini pera e um creme firme ao lado.
Poire – Primeiro prato da Remy Pompidou Dessert Experience

Ao explicar o prato, o chef contou que essa era uma pera super especial colhida na frança, banhada em uma calda e coberta com pedacinhos de um pão brioche levemente queimados. Ao lado, o creme firme era feito com baunilha e pêra, e as gotinhas eram o extrato de uma frutinha cítrica muito muito ácida, chamada Yuzu, que é colhida na Ásia, principalmente no Japão e na Coreia. O chefe contou que o ácido da Yuzu, servia para cortar o doce da pêra e do creme e que por isso, deveríamos provar os 3 juntos. E vou te falar caro leitor: que delicia. Era realmente, muito muito boa.

Junto com essa primeira sobremesa, foi servido um vinho sauterne, o La Fleur D’or, safra 2011, que é francês e harmonizou muito bem com essa primeira e também com a segunda sobremesa.

Foto da taça de vinho branco servida com o primeiro prato na Remy Pompidou Dessert Experience
Vinho branco servido junto com o primeiro prato

Na sequência, foi a vez da sobremesa Vacherin Fraise, que é uma espécie de sorvete de morango, servido entre duas plaquinhas muito muito finas de merengue, ou para nós brasileiros, suspiro. No topo do merengue, o chefe posicionou uma folha minúscula de limão, uma geléia de morango e umas raspinhas da casca de um limão siciliano. Para arrematar, o garçom joga dentro do prato, uma calda de morango quente, que derrete levemente o sorvete do centro.

Foto da Vacherin Fraise, a segunda sobremesa da Remy Pompidou Dessert Experience, um sorvete de morango entre duas placas de merengue
Vacherin Fraise, a segunda sobremesa da noite

De novo, uma sobremesa incrível. E de novo, experimentar todos os “elementos” do prato, fez toda a diferença: a folhinha de limão trazia um amargo que combinava muito bem com o doce do morango e do suspiro. Aplausos mais uma vez.

A terceira sobremesa, foi a mais tropical servida na experiência. Chamada de Ananas, que é o nome em espanhol para o Abacaxi, o prato trazia dois cubos grandes da fruta, regados com rum. Em cima de um dos pedaços, havia um cilindro de biscoito, recheado com um creme de coco, rum e baunilha. Ao lado, um chantilly de baunilha e algumas passas que passaram a noite mergulhadas no rum.

Foto da terceira sobremesa da Remy Pompidou Dessert Experience, Ananas, um cubo de abacaxi ao rum com um cilindro de biscoito em cima
A terceira sobremesa, de abacaxi, levou o nome de Ananas

Bom, a sobremesa era bem gostosa, mas tinha um gosto bem alcoólico. Era extremamente doce e pra mim, se destoou do resto da experiência. Ela faria todo sentido depois de um jantar caribenho, cheio de frutos do mar e tal, mas com a pegada mais francesa daquele evento, eu senti que o Ananas ficou muito de escanteio.

Nessa hora, foi servido também o vinho que menos me agradou: o húngaro Tokaji aszu Disznoko, que apesar se ser um vinho de sobremesa super premiado, era muito doce para o meu gosto (eu sei que vinho de sobremesa tem que ser bem doce, mas eu não gostei). Quase como tomar mel direto de uma taça, tanto no sabor, quando na textura.

Também acompanhado pelo vinho húngaro, a quarta sobremesa foi a mais impressionante de todas: um limão recheado! Não a toa chamado de Citron, essa sobremesa era composta por uma casquinha externa de chocolate branco, que foi moldada, tingida e esculpida para ser idêntica a um limão siciliano. Só a foto pode explicar o quão impressionante era essa sobremesa.

Foto da Citron, a quarta sobremesa da Remy Pompidou Dessert Experience, com uma casquinha de chocolate branco tingido idêntica à de um limão
A mais impressionante sobremesa do Remy Pompidou Dessert Experience, a Citron

Dentro dessa casquinha, havia uma mousse também de limões e por último, um recheio feito com caviar, pó de ouro, chocolate branco e é claro, mais limão. Não foi a mais saborosa sobremesa da noite, mas de longe, a mais memorável. Essa sobremesa fazia parte do menu do Remy do Disney Fantasy até meados de 2016. Hoje em dia ela só é produzida para essa experiência, mas o chef comentou que uma nova versão dela, preparada com laranja, será lançada em breve no menu do Disney Dream.

A penúltima sobremesa foi a minha favorita. O Praline Vanille, trazia um sorvete bem macio de amêndoas e avelã, mergulhado numa calda de baunilha quentinha, com alguns pedaços de amêndoas boiando junto. Sério, era de comer chorando. Aquelas sobremesas que, se eu não estivesse em um ambiente chique e refinado, eu iria sem dúvida virar o prato pra aproveitar até a última gota.

Foto da quinta sobremesa da Remy Pompidou Dessert Experience, Praline Vanille, um sorvete de amêndoas na calda de baunilha
Praline Vanille, a minha favorita do menu

Junto com ele, foi servido um vinho canadense, o Pilliteri Icewine Reserve, safra 2013, que apesar de ser um vinho de sobremesa, era mais familiar ao nosso paladar por se tratar de um Cabernet Sauvignon.

Para encerrar a Pompidou Dessert Experience, não poderia faltar chocolate – pelo menos de acordo com o chefe e com os outros participantes, já que eu mesmo ligo pouco pra chocolate (nota da Rê: liga pouco!? AHAM, tá bom, Felipe! 😛 ). A última sobremesa da tarde/noite foi uma torta de chocolate com damasco. Eram 4 camadas finas: a primeira com uma espécie de bolo de chocolate, depois uma geléia de damasco, seguido por uma mousse e depois por uma ganache, ambas de chocolate também.

A última sobremesa da Remy Pompidou Dessert Experience, Chocolat Abricot, uma torta de chocolate com damasco
Chocolat Abricot, a última da noite

Na minha opinião? Sobremesa bem esquecível. Mas a reação das pessoas ao meu redor não poderia ser mais empolgada. Não sei se era pelo chocolate, pelo champagne servido junto com a sobremesa, ou porque era tudo bom mesmo, mas eu não liguei muito. Preferia ter encerrado a experiência na penúltima sobremesa.

Vale a pena fazer a Pompidou Dessert Experience?

Vale sim. Se você, assim como nós, está buscando por um tipo de experiência diferente dentro do navio, em especial, uma experiência sem as crianças por perto, a Pompidou Dessert Experience é bem bacana. O preço é sim salgado, mas a qualidade dos produtos servidos é super alta e se você está disposto a pagar, pode ser bem proveitoso.

O valor da Pompidou Dessert Experience é de 55 dólares por pessoa + gorjeta que varia entre 15 e 25%. Só podem participar maiores de 18 anos, e para harmonizar com os vinhos, é necessário ser maior de 25. O champanhe da última sobremesa está incluído no valor, mas para harmonizar com os três primeiros vinhos, há um acréscimo de 25 dólares por pessoa.

Foto das lembrancinhas da Remy Pompidou Dessert Experience: um par de macarons deliciosos
Lembrancinhas da Remy Pompidou Dessert Experience: um par de macarons deliciosos

Espero que tenham curtido o relato, e se você já fez ou pretende fazer essa experiência no seu cruzeiro, conte para nós nos comentários abaixo.

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