Alta do Dólar: evite perder dinheiro na sua viagem para Orlando
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Com o dólar nesse sobe e desce sem fim a cada dia que passa (ultimamente mais subindo do que descendo), quem está com viagem marcada para Orlando ou planejando ir à Disney em algum momento próximo, começa a se desesperar. Não é para menos, a cotação vem chegando a níveis intoleráveis.
Por isso mesmo, pensei em reunir aqui algumas dicas simples para que todo mundo possa planejar a viagem e evitar maiores prejuízos nesse processo e na compra de dólares.
Dicas para a alta do dólar na sua viagem aos EUA
1. Compre dólar aos poucos
Eu sou muito pão-duro e sempre fico esperando o melhor momento para comprar dólares. Confesso que já me ferrei bonito nessa, tendo que comprar moeda de última hora pra poder viajar. O grande problema é que no cenário de instabilidade econômica que estamos vivendo, o melhor momento não existe e a gente vai ficar sempre se perguntando “será que compro dólar agora e depois me ferro se cair a cotação ou espero mais um pouco com a chance de me dar mal caso o dólar fique mais caro?”.
Pra evitar isso, aprendi que temos que brincar com a estatística e ir comprando aos poucos. Assim, se a cotação sobe, pelo menos já comprei uma parte em um dólar mais barato e do contrário, se o dólar cai, o valor médio que terei comprado todo o dólar no final também vai ser melhor.
É a matemática, que odiávamos tanto nos tempos de colégio, aliviando nossa consciência. Se você é desses que mesmo depois de fazer sua compra vai ficar checando o preço só para se torturar se ver algo mais barato, o melhor para evitar qualquer frustração é comprar moeda aos poucos.
2. Muito cuidado com o seu cartão de crédito
Amigo de muitas horas, o seu cartão de crédito pode ser o seu maior inimigo em uma viagem ao exterior. Isso porque todas as compras feitas no exterior são taxadas com um IOF de 4,38%.
Ou seja, absolutamente toda a vez que você usar seu cartão de crédito nos EUA, tenha em mente que sua compra vai sair 4,38% mais cara. Isso significa que uma cotação de 4,30 do dólar custa na verdade o equivalente a 4,57 quanto a gente coloca o IOF na jogada.
Outro ponto é a flutuação do câmbio, e como isso te afeta vai depender da sua operadora de cartão. Na grande maioria dos bancos, você vai pagar a cotação do dia do pagamento da fatura e não a do dia da compra, o que pode ser um grande risco.
A cotação surpresa do fechamento do cartão traz uma insegurança, já que não é incomum a gente ver o dólar subir ou cair mais de 20 centavos em questão de dias. Por isso, comprar com um cartão que não “trava” a cotação acaba sendo o equivalente a jogar na loteria: você pode se dar muito bem (se o dólar despencar) ou se dar muito mal (se o dólar subir). Em um cenário de tanta instabilidade que vivemos, não dá para contar com sorte ou azar, né? Por isso, eu sempre prefiro minimizar as incertezas evitando usar cartão para compras internacionais nos dias de hoje.
Alguns bancos brasileiros oferecem a opção de “travar” a cotação no dia da compra, mas ainda não são todos que oferecem isso. O Banco Central determinou que a partir de Março/2020 todos os bancos tem que oferecer essa opção para o cliente, então procure se informar com o seu banco sobre isso.
Ah! Os cartões pré pagos (muito conhecidos como VTM) e os saques no exterior também não estão livres do imposto alto. Clique aqui para ler e entender quais as vantagens e desvantagens de cada forma de levar o dólar na viagem. Por outro lado, pelo menos você sabe quanto pagou no dólar nesses casos, mas eu ainda acho que outras alternativas são melhores para levar seu dinheiro e economizar, como o próprio dólar em espécie.
Ao comprar dólares em espécie, eu recomendo sempre fazer uma pesquisa extensa entre casas de câmbio já que a cotação pode variar muito entre elas. Nunca compre na primeira casa que encontrar. Aliás, eu sempre jogo uma casa de câmbio contra a outra para barganhar, tipo “A casa X está me oferecendo o dólar mais barato”, mas só faça isso quando realmente for verdade, tá? Porque eles pedem os dados pra checar. hehe
3. Cuidado com os sites de reservas online (hotéis, ingressos etc)
Dica de ouro para quem vai usar sites de reserva em sites gringos de hotéis e ingressos: sempre, sempre, sempre verifique com eles se há taxas adicionais (como as famigeradas taxas de resort) e em qual moeda será feita a transação.
Falo isso pois um tempo atrás descobri uma prática muito comum entre sites de hotel (no meu caso foi com o hoteis.com): ao comprar à vista, o site vai usar uma empresa americana para fazer sua reserva, por isso, ainda que você esteja pagando em reais, o governo brasileiro e consequentemente o seu banco, vai entender que esse dinheiro está sendo gasto no exterior e então vai cobrar o IOF em cima.
Eles fazem isso pois utilizando uma empresa estrangeira, não há necessidade de circular dinheiro no Brasil e então evitam pagar imposto por aqui.
Até mesmo na compra de ingressos (inclusive no próprio site oficial da Disney) é preciso ficar esperto e entender direitinho as condições de compra. Digo isso porque o site da Disney mesmo estando todo em português irá cobrar os ingressos do seu cartão em dólares, ou seja, ainda vai incidir o valor de 6,38% a mais na compra que você não vai ver no site, mas que vai aparecer de surpresa no seu cartão de crédito.
Além disso, eles exemplificam a transação em reais com a cotação do dólar comercial, sendo que o seu cartão de crédito vai cobrar o dólar turismo, que é muito mais alto. Ou seja, você está fazendo a compra achando que vai pagar X, mas no final vai pagar X + 4,38% de IOF + a diferença da cotação.
A única maneira que garantimos que não teremos IOF sobre a compra é questionar sobre este tipo de taxas com o canal de venda pra entender se vai ser em reais mesmo (sem IOF) ou em dólares. No caso das reservas de hotéis onde existe a opção de parcelamento, sempre parcele. Como nos EUA essa modalidade de pagamento não existe para compras simples como hotéis e passagens aéreas, esses sites têm que usar uma empresa brasileira para cobrar e com isso, o governo e o banco entendem que este dinheiro está sendo gasto no Brasil, portanto, o banco não cobra o imposto da gente, só da empresa.
A dica é sempre pesquisar e questionar. Quando você tiver encontrado uma cotação boa em um site que gosta e confia para comprar, verifique todas as taxas envolvidas antes de bater o martelo para evitar custos escondidos.
A gente sempre deixa claro que os ingressos, hotéis e cruzeiros que vendemos lá no VPD Travel são cobrados em real, e por isso não incide o IOF alto de 4,38% 🙂
4. De olho nos restaurantes e nos cardápios
A alimentação é um dos maiores gastos no dia a dia da viagem, e não tem jeito, todo mundo tem que comer, né? Tem opção pra todos os bolsos: desde restaurantes gourmet com pratos caríssimos, passando por restaurantes com personagens e, claro, as alternativas baratas.
Eu não sou muito de restaurantes luxuosos, apesar de gostar de comer bem. Por esse exato motivo sempre aproveito muito as refeições que faço quando viajo para Orlando, já que lá você encontra opções bem baratas, saborosas e muitas vezes, saudáveis.
Aqui fizemos uma lista dos restaurantes bons e baratos fora dos parques que a gente mais gosta, mas a lista se estende ainda mais:
- Perkins: o menu mais variado e com muita variedade você consegue comer por menos de $10 por pessoa. Ele está em vários locais de Orlando, inclusive na saída da Disney e na International Drive.
- Olive Garden: o queridinho dos brasileiros serve massas deliciosas e porções bem grandes. Dá sim pra dividir o prato e sair economizando muito. Também existem dezenas de filiais em Orlando.
- Five Guys: esse é para os menos saudáveis, mas que assim como eu, apreciam um bom fast food. Pra mim o Five Guys é um dos melhores cheeseburgers de Orlando.
- Buca di Beppo: não muito comum nos roteiros dos Brasileiros, o Buca di Beppo é um fenômeno. Comemos em 12 pessoas da minha família e pedimos APENAS 2 PRATOS! Acredite se quiser. E a comida é deliciosa.
- Cheesecake Factory: outro restaurante absurdamente variado que já é velho conhecido dos brasileiros, incluindo este que vos escreve. Não tem viagem para Orlando sem uma passadinha rápida na Cheesecake Factory
- Earl of Sandwich: esse é o fast food mais saudável dos EUA (ok ok.. um dos Felipe, não exagera!). Mas no Earl, você come muito bem, sanduíches e sopas feitos com ingredientes fresquinhos. Além de Orlando, você encontra muitas lojas ao longo da viagem de ou para Miami.
- Chicken Guy: outro fast food delicioso em Disney Spring que não quebra o orçamento de ninguém, e como o próprio nome já diz é especializado em frango
- Panda Express: comida chinesa americanizada muito gostosa, perfeito pra quem quer fugir do hamburguer, da pizza ou da massa. O melhor: é muito barato, dá pra comer bem lá com uns 6-7 dólares!
Dentro dos parques o negócio complica mais, porque tudo fica bem mais caro. Se o intuito é apertar o cinto de verdade, prefira comprar comidinhas em supermercados e levar para os parques. Em farmácias e supermercados as comidas são infinitamente mais baratas do que as do parque e podem te ajudar a economizar durante o dia. Pode-se até substituir o café da manhã, por um mais rápido dentro do quarto do hotel. A água também entra nesse pacote, hein? É impressionante como a garrafa de água da Disney é cara! Nós sempre levamos a nossa garrafa na mochila. Clique aqui para conhecer todas as dicas e regras para levar comida aos parques.
Outra dica é checar os cardápios dos restaurantes antes da viagem. Assim você tem idéia dos preços dos pratos, e vai planejando o orçamento com comidas. Aqui também fizemos uma lista das alternativas de comidas baratas dentro dos parques pra fugir do hamburger e pizza, já que dá pra fugir desses clássicos americanos sem pesar no bolso.
Dica extra: eu mencionei isso no Buca di Beppo, mas muitos outros restaurantes americanos também tem pratos SUPER bem servidos, às vezes dá pra pedir só 2 pratos pra dividir em 4 pessoas ou mais, dependendo do tamanho da fome. Sempre fique de olho em volta nos tamanhos das porções antes de fazer seu pedido, dá pra dar uma bela redução no valor final da conta 🙂
5. Planeje os gastos com antecedência
Durante a viagem é muito comum (e até gostoso) entrar na onda dos EUA e sair gastando tudo o que pode e o que não pode. Além de fazer um planejamento mais completo de onde comer que contamos na dica anterior, vale fazer uma BELA pesquisa de onde fazer suas compras e o que vai fazer em cada dia. Você pode fazer o seu itinerário, conforme sugerimos nesse outro post.
Com o devido planejamento, você pode economizar em gastos diversos que podem somar muitos dólares na viagem a Orlando:
- Antecipe todos gastos possíveis: aproveite e já vá quitando as despesas que dá pra ir pagando no Brasil em reais e até parcelado, como ingressos, hospedagem, aluguel de carro. Assim já sabe exatamente qual cotação vai pagar e ainda reduz a quantidade de gastos fixos durante a viagem
- Cupons de desconto: existem centenas de cadernos com cupons e muitas maneiras de conseguir descontos em lojas e restaurantes nos EUA, e por mais que isso não seja algo forte na nossa cultura funciona muito bem lá. São descontos de 10, 20, 30% e por aí vai, e na hora de botar na ponta do lápis acaba valendo o esforço! A gente explica como eles funcionam e onde conseguir os cupons aqui.
- Estacionamento dos parques: Verifique se seu hotel, fora da Disney, oferece transporte gratuito para os parques. A maior parte dos hotéis de Orlando têm esse serviço e com isso você economiza uns US$25 por dia de estacionamento em cada parque. Só fique esperto com os horários! Clique aqui para conhecer todas as formas de transporte em Orlando, das mais caras as mais baratas.
- Ligar pro Brasil: use e abuse de aplicativos de ligação gratuita, como Whatsapp, Facebook Messsenger, Hangouts, etc. As tarifas de roaming internacional cobradas pela maioria das operadoras brasileiras são altíssimas, então pra que gastar nisso se pode ligar de graça? Se você não tem internet no seu hotel, use a internet da Disney ou a de algum Starbucks. Já demos várias dicas sobre a comunicação no exterior, clique aqui para ler.
Espero que as dicas ajudem e que o dólar caia pra gente precisar cada vez menos delas 🙂